quinta-feira, 16 de abril de 2015

Bávaro Cavador

















por Ricardo Gothe


A EVOLUÇÃO DO LISO


Entre todas as tentativas que fiz de me sintonizar com a modalidade, joguei poucos torneios e um bom número de amistosos no liso da regra brasileira e apesar do esforço, não consegui ao longo do tempo me apaixonar pelo tipo de jogo, não da forma como está concebido, como “repetição” do futebol ou mesmo do Futebol de Mesa com os mesmos “meios”. 

Foram quatro títulos (dois em torneios integração), dois vice-campeonatos e um 3º lugar, portanto nem mesmo posso reclamar de algum grau maior de dificuldade que me indispusesse. Enfrentei algumas feras nos torneios e até mesmo os adversários médios enfrentados, quase todos dominavam melhor o jogo do que eu, e assim mesmo não percebi nenhuma extraordinária complexidade.

Mas já sugeri um tempo atrás (e alguns me imaginavam ironizando), que o liso pode ser ainda melhor potencializado como atrativo. Por ser um jogo rápido e muito dinâmico, agradavelmente plástico até para ser assistido, poderia ganhar contornos especiais de interesse, no limite máximo quem sabe, até tornar-se uma modalidade com interesse de mídia, comercial.

Como?

Uma vez as redes de segurança no entorno das mesas substituídas por proteções de madeira (tipo “cerca”) emborrachadas (para preservar a integridade dos botões), e as goleiras projetadas alguns poucos centímetros a frente da atual posição para permitir que os jogadores tenham passagem por trás destas, teríamos um novo jogo onde as dezenas de botões que saem pelos fundos e laterais nas partidas não mais saíssem, e assim permanecendo 100% em jogo, pudessem ser acionados de maneira full time, não importando se dentro ou fora das quatro linhas. 

As quatro linhas continuariam a ser ponto de referência para cobranças de laterais, escanteios ou reposições e tiros de meta tão somente quando a bola saísse da mesa.

Os botões não tendo mais que ser interminavelmente recuperados das redes de proteção (muitas vezes nem os árbitros conseguem definir corretamente onde saíram em quantidade e de forma simultânea), tornariam possíveis jogadas e mesmo finalizações utilizando as “tabelas”, num misto de sinuca, bilhar e hóquei sobre patins, tornando o jogo ainda mais trepidante e cheio de nuances e emoções.

Seria o Showbol de Mesa, trazendo um novo desenho para a modalidade liso com mais racionalidade diante de suas próprias características já conhecidas, e na verdade com pouquíssimos ajustes no regramento e nas mesas, sem outras modificações.

Se um jogador em partida real do futebol, ao cobrar o tiro de meta, não atravessa todo o campo saindo pelo outro lado ao fundo, o que de fato afasta o liso da realidade própria do esporte original (e este é só um exemplo deste distanciamento entre tantos outros na modalidade), isso não significa dizer que com um pouco de audácia não possa transformar-se em algo ainda mais interessante e lógico de ser praticado, desde que observadas suas principais virtudes, velocidade do jogo, imponderabilidade de ocorrências e notável plasticidade.   

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