terça-feira, 5 de maio de 2015

Princesa de Bola
















por Flavio Lisa


Na onda dos convites, nosso Colunista, convidou seu amigo Marquinhos para escrever esta CE.


Gol: o Grande Momento do Futmesa

            Há um programa esportivo na TV Bandeirantes chamado Gol: O Grande Momento do Futebol.  Talvez não exista melhor definição.  É o ápice, o apogeu.  A palavra de origem inglesa, Goal, significa objetivo.  Sendo o ápice, não precisaria de mais nada.  O Gol, por si só, já é um evento.  Entretanto, alguns jogadores puseram suas marcas na comemoração do gol.  O Galinho de Quintino corria em direção à massa Rubro-Negra, de braços erguidos, sempre respeitando os torcedores adversários.  Como era para criar uma marca, Ronaldo Nazário assim o fez.  E comercializou o seu dedo indicador com uma grande cervejaria, à época a número 1.  Sócrates, o craque que pensava, cerrava o punho no braço erguido, fazendo do gesto um protesto por um País democrático. Mas ninguém tem uma comemoração tão marcante quanto o Rei do Futebol.  Nem precisaria, pois gol de Pelé é obra prima por natureza, é inconfundível.  Mas o Rei eternizou o soco no ar, criando uma marca repetida mais de 1.000 vezes nos gramados mundo afora. Outros menos famosos também consagraram comemorações, desde a careta de Lela, passando pelo porco de Viola, até a flecha do saudoso Xavante Cláudio Milar.

            No nosso futebol de mesa, as comemorações do grande momento são bastante variadas.  Há os mais contidos, que comemoram num silêncio quase sepulcral.  É o caso dos grandes botonistas Potiguares e dos mais experientes do Master, como João/SE (alguém já ouviu João gritando gol?).  Há quem jure que, quando é golaço, ele balbucia: "lindo, lindo, lindo”.  Há vibrações discretas, elegantes, como as do Magnífico Hamilton, Luiz Rocha, Egon, ou as de Ronald e Soneca: “Tá lá”.

            Há os que evocam, em homenagem, grandes ídolos do time do coração.  No Rio Grande do Sul, um dos gritos mais populares é “Roberto Batata”, entoado pelo Chefe Zylber, lembrando o grande atacante Cruzeirense falecido tragicamente em 1976.  Bita, o homem do rifle, ídolo timbu, é saudado por Claribenor.  Que tal o grito de “Obina”a cada gol do Mengão de Dudu? Ou I-bra-hi-mo-vic, soletrado pelo titular e criador da “Princesa de bola”.  Quem já não se deliciou com os gritos de “Romarita” eu te amo, de Renivaldo?

            Há os que consagram botões pelo número: “é o 10”, gritava Eró em Caiobá, a cada goleada que fazia a caminho do título.

            Vale registrar o nome do time. “Brasil”, grita o patriota Tosta.  E por que não uma promoção pessoal? “Eu sou Diógenes”, gritou o eterno no gol que deu o título do último Nordestão.  “Tata Bolt” tinha até a pose do corredor Jamaicano de mesmo sobrenome.  Outro muito divertido vem de Alagoinhas: “Batatinha”, nasceu!  A propósito, Alagoinhas tem, talvez, as comemorações mais engraçadas do nosso esporte: “É o Bug do Milênio” de Lustosa, “Fura Negão” de Rogério e o irreverente “Jackson Fiven” de Lucas.

            Se é para marcar o momento, alguns usam músicas: “É o pente, é o pente, é o pente”, característica dos gol de Robson Marfa.  Com muito respeito, Bob levou a plateia ao delírio ao cantar “Marcha Soldado” após um gol feito no Major Fera!

            Por fim, não podia faltar a família.  Alexis Lisa gritava “Luca” nos gols marcados no BR de Recife.  Gláucio escalou os pequenos goleadores Guilherme e Henrique no Real Madrid.  A cada gol, uma declaração de amor aos pequenos.

A comemoração de um gol é citada na nossa regra em seu Art. 66, § 1º, alínea “f”:

f) ao marcar o gol, o técnico festeja de maneira mal educada, anti-esportiva e ruidosa, promovendo prejuízo do bom andamento das demais partidas;

            A situação relatada acima deverá ser punida com falta disciplinar pelo árbitro.  Obviamente, nenhum dos casos citados neste texto se encaixa na irregularidade da regra.  É justamente isto que se pretende frisar.  As comemorações devem existir, pois é da essência do esporte. Basta que sejam educadas, respeitosas, sem qualquer ofensa ao adversário.  Se forem divertidas, ainda melhor.

Assim, às portas de mais uma competição nacional, não deixemos que o desrespeito e a falta de educação tirem o brilho desse mágico momento do nosso esporte.  Sejamos criativos, alegres, irreverentes, mas, acima de tudo, respeitosos com os nossos adversários. 

Grande abraço e uma Princesa de Bola para todos.                                                                                                                                                                                                          ________________________________________________________________________

Amanhã teremos:


Um comentário: