por Flavio Lisa
O PIT STOP DAS MALETAS
A fórmula 1 é um esporte que se caracteriza
por constante contato e interação entre pilotos e máquinas que não raras as
vezes força que eles se tornem verdadeiros pilotos-mecânicos, tamanho o
conhecimento que desenvolvem acercados detalhes de funcionamento dos seus
carros. Alguns pilotos como Prost, Lauda, Piquet e Sena, notabilizaram-se pelos
seus desempenhos nos boxes –ficando conhecidos como “pilotos mãos sujas de
graxa” - municiando seus mecânicos com informações valiosas sobre ajuste de
motor, suspensão, aerodinâmica, câmbio, pneus, enfim, uma gama de tentativa de
melhorar o desempenho dos seus carros no afã de conseguir milésimos de segundos
valiosos a cada volta. E o que dizer do australiano Jack Brabham, até hoje o único piloto a vencer um título num
carro que construiu?
Pois bem,
ressalvadas as enormes proporções, pensemos o futebol de mesa como um esporte
em que podemos testar, incansavelmente, mecanismos que
busquem uma melhora no desempenho para proporcionar bons resultados.
É muito
comum encontrarmos botonistas fiéis aos seus times por décadas (alguns
visivelmente danificados), sob o pretexto de que não conseguem se divorciar
deles. Outros, ao arrepio da notória ligação do futmesa moderno com o palhetão,
não conseguem se livrar das palhetinhas redondas, unhas etc.
É inegável
que os treinamentos servem para testes, sejam eles afetos às palhetas,
diâmetro, altura e grau dos botões, parafina ou carnaúba, palaton ou acrílico,
enfim, a busca da excelência parte de uma ampliação das possibilidades de se
encontrar mecanismos para melhorar a jogabilidade.
Outro não
menos importante fator a ser considerado é o conhecimento das mesas. Tal qual o
piloto de F1 percorre a pista à pé antes dos treinos livres com o fito de
memorizar as curvas, retas, áreas de escape etc. Deve o botonista fazer o
“reconhecimento do gramado”, estudando as características das mesas, se desliza
mais ou menos, se tem empeno, a velocidade da bola, enfim, como disse Sun Tzu
em “A Arte da Guerra”, devemos conhecer bem o terreno onde vamos guerrear.
Detalhes
como estes proporcionam a melhor cavada, recuada, saída defensiva, lançamento e
finalização, recursos indispensáveis a quem almeja o lugar mais alto do pódio.
Ledo engano
daqueles botonistas que se dizem felizes por terem encontrado a melhor forma de
jogarem com aquele único time e aquela única maneira de impulsionar os
botões(seja ela qual for) quando bem ali ao seu lado, dentro de uma simples
maleta, pode estar a chave da sua potencial evolução para a glória de um título
expressivo pois, mesmo os grandes campeões podem melhorar, e muito.
Belo texto, Flávio!!!
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