terça-feira, 4 de novembro de 2014

Princesa de Bola





















por Flavio Lisa







O PIT STOP DAS MALETAS

A fórmula 1 é um esporte que se caracteriza por constante contato e interação entre pilotos e máquinas que não raras as vezes força que eles se tornem verdadeiros pilotos-mecânicos, tamanho o conhecimento que desenvolvem acercados detalhes de funcionamento dos seus carros. Alguns pilotos como Prost, Lauda, Piquet e Sena, notabilizaram-se pelos seus desempenhos nos boxes –ficando conhecidos como “pilotos mãos sujas de graxa” - municiando seus mecânicos com informações valiosas sobre ajuste de motor, suspensão, aerodinâmica, câmbio, pneus, enfim, uma gama de tentativa de melhorar o desempenho dos seus carros no afã de conseguir milésimos de segundos valiosos a cada volta. E o que dizer do australiano Jack Brabham, até hoje o único piloto a vencer um título num carro que construiu?

Pois bem, ressalvadas as enormes proporções, pensemos o futebol de mesa como um esporte em que podemos testar, incansavelmente, mecanismos que busquem uma melhora no desempenho para proporcionar bons resultados.

É muito comum encontrarmos botonistas fiéis aos seus times por décadas (alguns visivelmente danificados), sob o pretexto de que não conseguem se divorciar deles. Outros, ao arrepio da notória ligação do futmesa moderno com o palhetão, não conseguem se livrar das palhetinhas redondas, unhas etc.

É inegável que os treinamentos servem para testes, sejam eles afetos às palhetas, diâmetro, altura e grau dos botões, parafina ou carnaúba, palaton ou acrílico, enfim, a busca da excelência parte de uma ampliação das possibilidades de se encontrar mecanismos para melhorar a jogabilidade.

Outro não menos importante fator a ser considerado é o conhecimento das mesas. Tal qual o piloto de F1 percorre a pista à pé antes dos treinos livres com o fito de memorizar as curvas, retas, áreas de escape etc. Deve o botonista fazer o “reconhecimento do gramado”, estudando as características das mesas, se desliza mais ou menos, se tem empeno, a velocidade da bola, enfim, como disse Sun Tzu em “A Arte da Guerra”, devemos conhecer bem o terreno onde vamos guerrear.

Detalhes como estes proporcionam a melhor cavada, recuada, saída defensiva, lançamento e finalização, recursos indispensáveis a quem almeja o lugar mais alto do pódio.

Ledo engano daqueles botonistas que se dizem felizes por terem encontrado a melhor forma de jogarem com aquele único time e aquela única maneira de impulsionar os botões(seja ela qual for) quando bem ali ao seu lado, dentro de uma simples maleta, pode estar a chave da sua potencial evolução para a glória de um título expressivo pois, mesmo os grandes campeões podem melhorar, e muito.



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