por Flavio Lisa
Na onda dos convites, nosso Colunista, convidou seu amigo Marquinhos para escrever esta CE.
Gol:
o Grande Momento do Futmesa
Há um programa esportivo na TV Bandeirantes chamado Gol: O
Grande Momento do Futebol. Talvez não
exista melhor definição. É o ápice, o
apogeu. A palavra de origem inglesa,
Goal, significa objetivo. Sendo o ápice,
não precisaria de mais nada. O Gol, por
si só, já é um evento. Entretanto,
alguns jogadores puseram suas marcas na comemoração do gol. O Galinho de Quintino corria em direção à
massa Rubro-Negra, de braços erguidos, sempre respeitando os torcedores
adversários. Como era para criar uma
marca, Ronaldo Nazário assim o fez. E
comercializou o seu dedo indicador com uma grande cervejaria, à época a número
1. Sócrates, o craque que pensava,
cerrava o punho no braço erguido, fazendo do gesto um protesto por um País
democrático. Mas ninguém tem uma comemoração tão marcante quanto o Rei do
Futebol. Nem precisaria, pois gol de
Pelé é obra prima por natureza, é inconfundível. Mas o Rei eternizou o soco no ar, criando uma
marca repetida mais de 1.000 vezes nos gramados mundo afora. Outros menos famosos
também consagraram comemorações, desde a careta de Lela, passando pelo porco de
Viola, até a flecha do saudoso Xavante Cláudio Milar.
No nosso futebol de mesa, as comemorações do grande
momento são bastante variadas. Há os
mais contidos, que comemoram num silêncio quase sepulcral. É o caso dos grandes botonistas Potiguares e
dos mais experientes do Master, como João/SE (alguém já ouviu João gritando
gol?). Há quem jure que, quando é
golaço, ele balbucia: "lindo, lindo, lindo”. Há vibrações discretas, elegantes, como as do
Magnífico Hamilton, Luiz Rocha, Egon, ou as de Ronald e Soneca: “Tá lá”.
Há os que evocam, em homenagem, grandes ídolos do time do
coração. No Rio Grande do Sul, um dos
gritos mais populares é “Roberto Batata”, entoado pelo Chefe Zylber, lembrando
o grande atacante Cruzeirense falecido tragicamente em 1976. Bita, o homem do rifle, ídolo timbu, é
saudado por Claribenor. Que tal o grito
de “Obina”a cada gol do Mengão de Dudu? Ou I-bra-hi-mo-vic, soletrado pelo
titular e criador da “Princesa de bola”. Quem já não se deliciou com os gritos de
“Romarita” eu te amo, de Renivaldo?
Há os que consagram botões pelo número: “é o 10”, gritava
Eró em Caiobá, a cada goleada que fazia a caminho do título.
Vale registrar o nome do time. “Brasil”, grita o patriota
Tosta. E por que não uma promoção
pessoal? “Eu sou Diógenes”, gritou o eterno no gol que deu o título do último
Nordestão. “Tata Bolt” tinha até a pose
do corredor Jamaicano de mesmo sobrenome.
Outro muito divertido vem de Alagoinhas: “Batatinha”, nasceu! A propósito, Alagoinhas tem, talvez, as
comemorações mais engraçadas do nosso esporte: “É o Bug do Milênio” de Lustosa,
“Fura Negão” de Rogério e o irreverente “Jackson Fiven” de Lucas.
Se é para marcar o momento, alguns usam músicas: “É o
pente, é o pente, é o pente”, característica dos gol de Robson Marfa. Com muito respeito, Bob levou a plateia ao
delírio ao cantar “Marcha Soldado” após um gol feito no Major Fera!
Por fim, não podia faltar a família. Alexis Lisa gritava “Luca” nos gols marcados
no BR de Recife. Gláucio escalou os
pequenos goleadores Guilherme e Henrique no Real Madrid. A cada gol, uma declaração de amor aos
pequenos.
A comemoração de um gol é citada na nossa regra em
seu Art. 66, § 1º, alínea “f”:
f) ao marcar o gol, o técnico festeja de maneira mal educada,
anti-esportiva e ruidosa, promovendo prejuízo do bom andamento das demais
partidas;
A situação relatada acima deverá ser punida com falta disciplinar pelo
árbitro. Obviamente, nenhum dos casos
citados neste texto se encaixa na irregularidade da regra. É justamente isto que se pretende
frisar. As comemorações devem existir,
pois é da essência do esporte. Basta que sejam educadas, respeitosas, sem
qualquer ofensa ao adversário. Se forem
divertidas, ainda melhor.
Assim,
às portas de mais uma competição nacional, não deixemos que o desrespeito e a
falta de educação tirem o brilho desse mágico momento do nosso esporte. Sejamos criativos, alegres, irreverentes,
mas, acima de tudo, respeitosos com os nossos adversários.
Grande
abraço e uma Princesa de Bola para todos. ________________________________________________________________________
Amanhã teremos:
Bom!
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