segunda-feira, 30 de março de 2015

Paraná Sobremesas











por João Batista Rangel


PARANÁ SOBRE MESAS XI

Gostaria de aproveitar nosso espaço para reeditar quatro artigos que escrevi sobre a história do nosso futmesa. Nesta primeira postagem, de 14 de janeiro de 2012, conheça um dos precursores do nosso esporte que, apesar de muitas controvérsias, sem dúvidas contribuiu para que nosso esporte tenha chegado no nível que temos hoje.

ARQUIVOS DO FUTMESA BRASILEIRO (1)

Em conversa com o amigo, colunista do futmesa e um dos baluartes do futmesa brasileiro, Adauto Celso Sambaquy, decidimos em parceria abrir um espaço, aqui no blog da AFUMECA, para preservar parte da história do futmesa brasileiro. Sambaquy é dono de um acervo de imagens, objetos e histórias sobre nosso futmesa, dignos de um museu. Aliás, temos um plano de futuramente montarmos o "Museu Virtual do Futmesa" reunindo, além do acervo particular de Sambaquy, materiais de outros amigos que desejem contribuir com a preservação histórica do nosso esporte. Com toda tecnologia disponível não será difícil catalogar imagens e documentos eletronicamente. Fotos históricas, camisetas de clubes e seleções de futmesa, flâmulas, botões, etc, farão parte do acervo.

Enquanto aguardamos, nosso sonhado "Museu Virtual", publicaremos aqui, num espaço chamado "Arquivos do Futmesa Brasileiro", algumas matérias obtidas através de pesquisa, com imagens gentilmente cedidas por Sambaquy, diretamente do seu riquíssimo acervo, além de contar, é claro, com suas sempre ricas e agradáveis considerações. Para iniciar, desde o começo, queremos fazer referência a uma figura bastante importante na formação do que hoje é a nossa “Regra Brasileira” de futmesa. Trata-se do fundador da primeira federação de futebol de mesa no Brasil e criador da "Regra Gaúcha", Lenine Macedo de Souza.

Lenine Macedo de Souza e a Regra Gaúcha

Lenine, o criador da "Regra Gaúcha"

Conforme já publicado em nosso blog, na postagem “O Futmesa no Brasil”, nosso esporte já é praticado no Brasil desde a década de 1930, quando o saudoso Geraldo Décourt, em São Paulo, criou o Celotex e editou o primeiro livro de regras para o futmesa.



Lenine com os amigos em Porto Alegre




Um pouco mais tarde, em 1941, em Porto Alegre RS, o botonista Lenine, liderando um grupo de estudantes adolescentes, criou a primeira associação para prática do esporte no Brasil, chamada “Sociedade Esportiva General Lima e Silva”.
Em 1961 Lenine também fundou a primeira federação de futebol de mesa do Brasil, a “Federação Rio-grandense de Futebol de Mesa”, com sede na Cidade Baixa em Porto Alegre, utilizando uma regra desenvolvida por ele com o nome de “Regra Gaúcha”.


FRFM a primeira Federação de Futebol de Mesa do Brasil



Sociedade Esportiva General Lima e Silva, fundada
por Lenine na Cidade Baixa em Porto Alegre

A partir da iniciativa de Lenine o futebol de mesa teve grande desenvolvimento formando verdadeiras legiões de jogadores no Rio Grande do Sul nas décadas de 50 e 60, quando os botões de “galalite” eram produzidos pela fábrica “Botões Puxadores Scharlau” que chegava a produzir 300 botões diariamente. O próprio Lenine também viria a ser fabricante de botões e acessórios para o esporte. Os botões eram fabricados com um material chamado "polopás" e levavam o nome de "Botões LIONE", uma composição do seu nome com o nome de sua esposa Yvone.


Exemplares: botão e goleiro LIONE, de pelopás

Surge a “Regra Brasileira”

Com a criação da Federação, os campeonatos gaúchos sucediam-se, anos após anos. Em 1966, o então presidente da Federação, Sr. Gilberto Ghizi solicitou que a Liga Caxiense organizasse e promovesse o Campeonato Estadual no mês de dezembro daquele ano. Em junho desse mesmo ano, comemorando seu primeiro aniversário, a Liga Caxiense, promoveu um torneio em que reuniu os botonistas do Rio Grande do Sul e os baianos Oldemar Seixas e Ademar Carvalho, convidados especiais do evento. Foi neste torneio, jogado na regra gaúcha, que o Rio Grande do Sul conheceu os botões padronizados, com as cores e distintivos dos clubes, utilizados pelos baianos. Ademar Carvalho, mesmo jogando em uma regra bem diferente da sua, acabou ficando com o vice-campeonato. Após o término do torneio os baianos fizeram uma demonstração da “Regra Baiana” em uma mesa especialmente construída para este fim. Os gaúchos ficaram encantados com a beleza e plástica imprimida naquele sistema.

Entre esse torneio e o campeonato gaúcho, que seria realizado em dezembro, Gilberto Ghizi e Sambaquy conversaram muito sobre como ficaria uma regra que unisse a gaúcha e a baiana, dando início a ante-projetos tentando juntar o que havia de bom nas duas regras. Chegando dezembro, antes da realização do Campeonato Estadual, por ocasião da tradicional assembleia que antecede as disputas, o projeto da nova regra foi apresentado, sendo aprovado por unanimidade pelos gaúchos, dando poderes a Ghizi, presidente Federação Rio-grandense, e a Sambaquy, presidente da Liga Caxiense, para se deslocarem à Bahia e discutirem a possibilidade da criação de uma regra unificadora que permitisse a realização de campeonatos nacionais. Participaram desta assembleia figuras bastante representativas do futmesa gaúcho da época, entre eles Paulo Borges, Claudio Saraiva, Sergio Duro, Fausto Borges, Clair Marques que foram unânimes quanto a criação da nova regra.

Foi assim que, em 1967, aconteceu uma reunião no estado da Bahia com a intenção de unificar as regras de futmesa praticadas principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba. Surgia então a atual “Regra Brasileira Um Toque Disco”. A comissão original da Regra Brasileira foi composta por Ademar Carvalho, Nelson Carvalho, Roberto Dartanhã e Oldemar Seixas, pela Bahia, Adauto Celso Sambaquy e Gilberto Ghizi pelo Rio Grande do Sul.

A criação da nova regra acabou dividindo os botonistas gaúchos e a “Federação Rio-grandense de Futebol de Mesa”, fundada por Lenine, que era radical quanto a manutenção de sua regra como “a única”, seguiu praticando somente a “Regra Gaúcha”, numa série de campeonatos estaduais até o ano de 1974. Com o passar dos anos a “Regra Brasileira”, que mantinha articulação com os demais estados, foi ganhando espaços da “Regra Gaúcha” provocando a dissolução natural da “Federação Rio-grandense de Futebol de Mesa” que teve seus últimos registros oficiais em 1980.

Em 1973, na Cidade de Canguçu, realizou-se o primeiro Campeonato Estadual na Regra Brasileira. Nessa ocasião foi lançada a ideia e criada a “União das Ligas” do futebol de mesa gaúcho, pelos praticantes da “Regra Brasileira”, que acabou dando origem a "Federação Gaúcha de Futebol de Mesa”, criada em 1986.
Apesar deste problema institucional, a “Regra Gaúcha” continuou sendo muito praticada no Rio Grande do Sul e, a partir dos anos 80, muitos botonistas criaram departamentos de futebol de mesa nos clubes de Porto Alegre, especialmente no Grêmio de Futebol Porto Alegrense e no Sport Clube Internacional.

Em 1988, graças ao trabalho incansável e incessante de um grupo de abnegados, entre os quais: Antônio Maria Dellatorre, em São Paulo, Roberto Dartanhã, na Bahia, Antônio Carlos Martins no Rio de Janeiro, Claudio Schemes no Rio Grande do Sul, José Ricardo Caldas e Almeida, em Brasília, liderados pelo “Papa” do futebol de mesa brasileiro, Geraldo Décourt, o futebol de mesa é reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos. A partir daí o CND passa a considerar três regras oficiais de futmesa no Brasil: a “Regra Brasileira Um Toque Disco”, criada na Bahia em 1967, a “Regra Paulista 12 Toques Esfera de Feltro” e a “Regra Carioca 3 Toques Esfera de Feltro”.
Como a “Regra Gaúcha” não estava vinculada a “Federação Gaúcha de Futebol de Mesa” e a “Federação Rio-grandense” havia sido extinta, a mesma não foi oficializada.

Mesmo não sendo reconhecida pelo CND a “Regra Gaúcha” continuou sendo bastante praticada no Rio Grande do Sul e, além da retomada dos “Campeonatos Estaduais” da regra, a partir de 1997, outros eventos significativos continuaram acontecendo pelo estado.
Em 2007 foi criada a “Liga Gaúcha de Futebol de Mesa” que até os dias de hoje vem unindo os praticantes da “Regra Gaúcha”, criada por Lenine, para difundi-la e fomentar a prática do Futebol de Mesa.

Apesar do saudoso Lenine jamais ter aceitado a "Regra Brasileira" seu trabalho em prol do futebol de mesa e especialmente a criação da "Regra Gaúcha" tiveram valor inestimável para o crescimento do esporte no Brasil, pois a "Regra Gaúcha" foi a que mais contribuiu na formação da "Regra Brasileira", atualmente a mais praticada no país.


Lenine Macedo de Souza faleceu em 1982, era casado com a Sra. Yvone Guimarães de Souza que faleceu ano passado em Porto Alegre. Deixaram as filhas Lenita Mara e Ivanise, os netos Rafael, Letícia e Roberta além do sobrinho Renato, criado por eles

Nossa sincera homenagem a Lenine e seus familiares.



AFUMECA












No último sábado na AFUMECA, mais jogos pelo VII Torneio AFUMECA, nas modalidades LIVRE e LISO.

Jogos da modalidade LIVRE:

Pelé 1 X 1 Ademir

Classificação da modalidade LIVRE:

TÉCNICO
PG
J
V
D
E
GP
GC
SG
ADEMIR
17
10
5
3
2
7
5
2
ANTÔNIO
6
12
2
10
0
3
22
-19
DECO
24
10
7
0
3
9
0
9
DURVAL
24
12
7
2
3
11
7
4
LUCAS
21
13
6
4
3
9
11
-2
PELÉ
19
13
5
4
4
9
9
0
RANGEL
23
11
7
2
2
14
8
6
VAGNER
19
11
6
4
1
10
10
0
VICTOR
0
8
0
8
0
0
0
0


Jogos da modalidade LISO:

Durval 2 X 2 Ademir
Deco 1 X 1 Vagner
Durval 2 X 1 Vagner
Vagner 1 X 1 Ademir

Classificação da modalidade LISO:

TÉCNICO
PG
J
V
D
E
GP
GC
SG
ADEMIR
11
9
2
2
5
12
13
-1
DECO
16
6
5
0
1
10
1
9
DURVAL
18
9
5
1
3
9
12
-3
LUCAS
12
9
3
3
3
7
12
-5
RANGEL
12
7
4
3
0
6
6
0
VAGNER
13
9
3
2
4
9
9
0
VICTOR
0
6
0
6
0
0
0
0



SALVE O FUTMESA, PAZ E BEM!

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Amanhã teremos:

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