terça-feira, 24 de março de 2015

Princesa de Bola












por Flávio Lisa




OS CINCO FUNDAMENTOS DO FUTEBOL DE MESA

1º - O LANÇAMENTO

O lançamento é toda a fundação do futebol de mesa, é a arte de jogar bem e executar as estratégias de jogo tal qual raciocinamos antes, é colocar na mesa tudo aquilo que fora traçado seja na inquietante noite anterior ao evento, seja numa conversa de pé de ouvido com um outro atleta, seja segundos antes da execução da jogada. A maestria do futebol de campo é pautada pela plasticidade dos lançamentos, o passe mágico de GERSON, o desfile de bailarino ZIDANE, as batutas dos maestros ZICO, PLATINI, JUNIOR e tantos outros, enfim, a elegância sutil de BOBÔ.
É através do bom passe que o botonista dita o rítimo do jogo raciocinando a três jogadas futuras, ele abre a defesa do adversário colocando-o em apuros. O bom lançamento incute na mente do adversário a leve e crescente sensação de que o perigo se avizinha, de que sofrerá o gol a qualquer momento. Este fundamento, ofensivista por excelência, pode ser usado também de forma a afastar o perigo do gol quando o botonista se vê acuado na linha defensiva e consegue, jogar a bola no vazio para se recompor. A própria recuada nada mais é do que um perfeito lançamento para a pequena área defensiva eivado de todos os riscos imagináveis, principalmente o gol contra.
Tem também aqueles lançamentos conhecidos em nosso meio como “virada de bola”, quando chega-se a desafiar as leis da física projetando a bola num ângulo aproximado aos 90°, que arranca suspiros da plateia.
Reputo esse como primeiro e principal fundamento do futebol de mesa.

2º - GOL FÁCIL

Se fizéssemos um estudo estatístico, concluiríamos que o que define a maioria dos jogos e títulos é o gol fácil, aquela bola decisiva e geralmente oriunda de um “dois toques”. O Gol fácil que chamamos nada mais é do que a bola que em dias de domingo, em treinos com os amigos muitas vezes regados a uma cerveja gelada, nós a empurramos para dentro da rede com a mesma facilidade em que Romário ou Roberto Dinamite faziam quando livres dentro da área. É a bola boa, limpa. Todavia, num jogo decisivo, essa mesma oportunidade pode mudar completamente de figura levando o atleta despreparado emocionalmente a uma situação de pânico. O corpo treme, as mãos suam e gelam, as pernas bambeiam e aquela situação em que você converte 11 de 10 nos treinos passa a ser um momento de terror beirando uma tortura para o botonista. Nessa hora por muitas vezes aparece o chocking, quando a palheta pesa e o gol encolhe. Michael Jordan, o Pelé do basquete, uma certa feita perguntado sobre qual seria o seu segredo para manter uma estatística monstruosa de conversão de lances livres em momentos decisivos, respondeu: “Nessas horas cruciais eu não penso em título, muito menos em comemoração, esqueço que tem um ginásio lotado me observando e transporto-me para o local dos meus treinos focando nos movimentos costumeiros”. Esse é o vencedor.

3º - SAIR JOGANDO

Essa sim, uma jogada defensiva por natureza, consiste num lançamento curto no próprio campo defensivo tirando a possibilidade do arremate pelo adversário ou dificultando-o, quando inevitável. Embora pareça simples esse fundamento exige conhecimento das condições da mesa: Tem desvios? A mesa anda bem? A bola dispara? Etc. Exige muito treino. Certas saídas tem quase a importância de um gol.

4º - RECUADA

Outra jogada dificílima em algumas situações que consiste num misto de defesa e ataque, porque geralmente é usada para livrar o defensor de um momento de perigo iminente, passando em seguida a assumir a postura ofensiva, vez que o botonista ganha mais uma jogada, é o conhecido contra-ataque. Certamente a sua maior dificuldade é o perigo do gol contra.

5º - CAVADA

Esse quinto e último fundamento é um recurso em que poucos dominam, por mais que o atleta treine é de dificílima execução. Tal qual a recuada, a cavada é defensiva e ofensiva ao mesmo tempo, posto que o jogador recupera a posse de bola e joga mais uma vez. Alguns fazem desse fundamento a principal estratégia do seu jogo, o que pode ser em alguns casos uma tática kamikaze. A cavada é importante e salvadora, mas entendo que se, defensivamente, o botonista precisa usar muitas vezes desse recurso, é porque o seu primeiro fundamento, o passe, não andou muito bem.

Enfim, esses são os 5 principais fundamentos do futebol de mesa. Tal qual os cinco dedos de uma mão, não precisamos ter todos funcionando perfeitamente. Treine muito para ser bom em três e regular nos demais, isso cairá como uma LUVA e trará a regularidade em competições tanta almejada pelos botonistas.

*Republico e dedico este artigo ao querido amigo e craque Botonista Carlos Alberto/PE, como uma singela homenagem à sua brilhante conquista do 37º Campeonato Norte - Nordeste MASTER de Futebol de Mesa, RECIFE/2015, que leu, releu e o utilizou como norte navegador da sua nau vitoriosa. PARABÉNS AMIGO!

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Amanhã teremos:


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