por Flávio Lisa
OS
CINCO FUNDAMENTOS DO FUTEBOL DE MESA
1º -
O LANÇAMENTO
O lançamento é toda a fundação
do futebol de mesa, é a arte de jogar bem e executar as estratégias de jogo tal
qual raciocinamos antes, é colocar na mesa tudo aquilo que fora traçado seja na
inquietante noite anterior ao evento, seja numa conversa de pé de ouvido com um
outro atleta, seja segundos antes da execução da jogada. A maestria do futebol
de campo é pautada pela plasticidade dos lançamentos, o passe mágico de GERSON,
o desfile de bailarino ZIDANE, as batutas dos maestros ZICO, PLATINI, JUNIOR e
tantos outros, enfim, a elegância sutil de BOBÔ.
É através do bom passe que o
botonista dita o rítimo do jogo raciocinando a três jogadas futuras, ele abre a
defesa do adversário colocando-o em apuros. O bom lançamento incute na mente do
adversário a leve e crescente sensação de que o perigo se avizinha, de que
sofrerá o gol a qualquer momento. Este fundamento, ofensivista por excelência,
pode ser usado também de forma a afastar o perigo do gol quando o botonista se
vê acuado na linha defensiva e consegue, jogar a bola no vazio para se recompor.
A própria recuada nada mais é do que um perfeito lançamento para a pequena área
defensiva eivado de todos os riscos imagináveis, principalmente o gol contra.
Tem também aqueles
lançamentos conhecidos em nosso meio como “virada de bola”, quando chega-se a
desafiar as leis da física projetando a bola num ângulo aproximado aos 90°, que
arranca suspiros da plateia.
Reputo esse como primeiro e
principal fundamento do futebol de mesa.
2º -
GOL FÁCIL
Se fizéssemos um estudo
estatístico, concluiríamos que o que define a maioria dos jogos e títulos é o
gol fácil, aquela bola decisiva e geralmente oriunda de um “dois toques”. O Gol
fácil que chamamos nada mais é do que a bola que em dias de domingo, em treinos
com os amigos muitas vezes regados a uma cerveja gelada, nós a empurramos para
dentro da rede com a mesma facilidade em que Romário ou Roberto Dinamite faziam
quando livres dentro da área. É a bola boa, limpa. Todavia, num jogo decisivo,
essa mesma oportunidade pode mudar completamente de figura levando o atleta
despreparado emocionalmente a uma situação de pânico. O corpo treme, as mãos
suam e gelam, as pernas bambeiam e aquela situação em que você converte 11 de
10 nos treinos passa a ser um momento de terror beirando uma tortura para o
botonista. Nessa hora por muitas vezes aparece o chocking, quando a palheta pesa e o gol encolhe. Michael Jordan, o Pelé
do basquete, uma certa feita perguntado sobre qual seria o seu segredo para
manter uma estatística monstruosa de conversão de lances livres em momentos
decisivos, respondeu: “Nessas horas cruciais eu não penso em título, muito
menos em comemoração, esqueço que tem um ginásio lotado me observando e
transporto-me para o local dos meus treinos focando nos movimentos
costumeiros”. Esse é o vencedor.
3º -
SAIR JOGANDO
Essa sim, uma jogada
defensiva por natureza, consiste num lançamento curto no próprio campo
defensivo tirando a possibilidade do arremate pelo adversário ou
dificultando-o, quando inevitável. Embora pareça simples esse fundamento exige conhecimento
das condições da mesa: Tem desvios? A mesa anda bem? A bola dispara? Etc. Exige
muito treino. Certas saídas tem quase a importância de um gol.
4º -
RECUADA
Outra jogada dificílima em
algumas situações que consiste num misto de defesa e ataque, porque geralmente
é usada para livrar o defensor de um momento de perigo iminente, passando em
seguida a assumir a postura ofensiva, vez que o botonista ganha mais uma jogada,
é o conhecido contra-ataque. Certamente a sua maior dificuldade é o perigo do
gol contra.
5º -
CAVADA
Esse quinto e último
fundamento é um recurso em que poucos dominam, por mais que o atleta treine é
de dificílima execução. Tal qual a recuada, a cavada é defensiva e ofensiva ao
mesmo tempo, posto que o jogador recupera a posse de bola e joga mais uma vez.
Alguns fazem desse fundamento a principal estratégia do seu jogo, o que pode
ser em alguns casos uma tática kamikaze. A cavada é importante e salvadora, mas
entendo que se, defensivamente, o botonista precisa usar muitas vezes desse
recurso, é porque o seu primeiro fundamento, o passe, não andou muito bem.
Enfim, esses são os 5
principais fundamentos do futebol de mesa. Tal qual os cinco dedos de uma mão,
não precisamos ter todos funcionando perfeitamente. Treine muito para ser bom
em três e regular nos demais, isso cairá como uma LUVA e trará a regularidade
em competições tanta almejada pelos botonistas.
*Republico e dedico este
artigo ao querido amigo e craque Botonista Carlos Alberto/PE, como uma singela
homenagem à sua brilhante conquista do 37º Campeonato Norte - Nordeste MASTER de
Futebol de Mesa, RECIFE/2015, que leu, releu e o utilizou como norte navegador
da sua nau vitoriosa. PARABÉNS AMIGO!
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Amanhã teremos:
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