por Rangel
Paraná SOBREMESAS I
Em primeiro lugar gostaria de
manifestar minha alegria de poder participar deste espaço juntamente com os
amigos coeditores dos outros estados. A lacuna deixada pelo Gothegol precisava
ser preenchida e esperamos cumprir esta tarefa da melhor maneira possível, com
informações do que rola no futmesa nas federações, com algumas pitadas de
irreverência mas, sobretudo, com muita alegria e cordialidade com os amigos
botonistas. Então vamos ao que nos interessa!
Brasileiro Livre em
Santana do Livramento
Não poderia ser mais oportuno e
apropriado servir esta primeira sobremesa depois do que aconteceu em Santana do
Livramento neste último final de semana, pois o XLI Campeonato Brasileiro da
modalidade LIVRE (Cavados) foi um verdadeiro banquete de futebol de mesa. Pela
minha pouca experiência e participação em competições nacionais – comecei em
2010 – seria pretensão minha, afirmar que foi a melhor competição já realizada
da modalidade, mas as observações e opiniões de amigos que lá estiveram, que
participam de competições a dez, quinze, vinte, trinta anos, foram unânimes: O
Campeonato Brasileiro de Livramento foi o melhor já realizado até hoje. A
comissão organizadora se superou nos detalhes para que o evento fosse um
sucesso e isto aconteceu. Os amigos Cícero, Ronaldo, Careca, Sidnei, Richard, KamalBadra
& CIA deram um verdadeiro show na organização e mostraram para todos que,
com criatividade e com cuidado em alguns detalhes importantes, a modalidade
LIVRE (Cavados) está muito longe de sucumbir ou perder seu espaço para a
modalidade LISO.
O que aconteceu em Livramento é
resultado de um movimento que se iniciou na assembleia de Recife quando as
federações decidiram em votação, separar as modalidades LIVRE e LISO em datas e
locais diferentes, com a intenção de possibilitar aos técnicos a participação
nas duas competições, além da possibilidade de se tratar das modalidades em
fóruns específicos, nas suas respectivas assembleias.
Em Cascavel, em 2012, na primeira
competição de cavados apartada dos lisos, já tivemos um primeiro sinal positivo
de que a separação era saudável para a modalidade. Tínhamos mesas novas e
padronizadas para a prática da modalidade, como nunca se teve anteriormente nas
competições com as modalidades juntas. Tivemos um número de técnicos superior
as duas últimas competições, Porto Alegre 2010 e Recife 2011 e quebramos o
paradigma de que somente as capitais de estados poderiam sediar as competições nacionais. Também em Cascavel tomei a iniciativa de
instigar os demais representantes das federações em manter quotas mínimas de
técnicos nos campeonatos e iniciamos alguns debates buscando alternativas para
que a modalidade se mantivesse viva e representativa, inclusive com sugestões
para mudanças na regra para que o jogo se tornasse mais dinâmico, em função de
uma possível preferência pelo liso por esse motivo.
No ano seguinte em Florianópolis,
as coisas ficaram ainda melhores. Bal e sua equipe fizeram uma competição ainda
melhor do que Cascavel e, mesmo com a reduzida participação do Rio Grande do
Sul, tivemos maior número de técnicos do que em 2012. A organização foi
espetacular, as mesas seguiam o mesmo padrão e, na assembleia da competição,
foram sugeridas seis modificações da regra para serem testadas por todas as
federações e definidas, por votação, agora em Livramento.
Na noite de sábado passado,
quando nos reunimos em assembleia para votar, especificamente as mudanças
propostas para a regra, na modalidade LIVRE (Cavados), tivemos uma feliz e
inegável constatação: A modalidade CAVADOS não precisa de mudanças na sua regra
para ser atrativa e competitiva! A modalidade CAVADOS precisa é de estrutura,
organização e criatividade! Foi isso que tivemos a partir de Cascavel, melhoramos
em Florianópolis e nos superamos em Livramento.
Gostaria de citar alguns detalhes
de criatividade que fizeram a diferença em Livramento:
Deslocamento: A ideia de fretar
um ônibus, para ida a Livramento e volta ao aeroporto de Porto Alegre, foi fantástica.
Técnicos dos quatro estados participantes estavam lá e desde então começou
aquele clima de cordialidade e alegria bastante peculiar e salutar em nosso
esporte. Todos estavam tranquilos pela facilidade que os organizadores nos
proporcionaram com este simples mas eficiente detalhe.
Estrutura: O segundo andar do
Clube Caixeiral foi preparado nos detalhes para a competição. Posicionamento
das mesas, arquibancadas, banners, disponibilidade de água mineral para os
técnicos e assistência, telão, som, cronômetros, microfones, câmeras,
computadores, tudo! Uma superprodução! Transmissão ao vivo pela Web TV e pela
rádio local! FANTÁSTICO! Quem imaginaria algo assim lá em Recife, três anos
atrás? Confesso que me senti um artista jogando aquela final por equipes com
arquibancada cheia e transmissão ao vivo pela Web TV e pela rádio.
Mesas: A padronização das mesas
tem sido o grande diferencial das competições de cavados, desde Cascavel. “Dá
gosto” de jogar nas mesas fabricadas pelo Nero, pois elas nos permitem
desenvolver toda a técnica e habilidade necessárias para tornar a modalidade
mais atrativa e competitiva. Precisamos manter este padrão. Para o Rio de
Janeiro, já nos comprometemos, juntamente com as demais federações, em ajudar
no que for possível para termos as mesmas mesas em 2015.
Fair play: Ou, como diria nosso
querido anfitrião, Ronaldo Custódio, “pairflay”, talvez seja o que mais
precisamos em nossas competições. Não estamos falando apenas no fair play de
jogo limpo, de jogo justo, estamos falando de “espírito esportivo”, de
companheirismo, de solidariedade, de congraçamento, de fraternidade, de sermos
uma verdadeira “família futmesa”. Deixar de lado nossas rivalidades e nossos
anseios pessoais para juntos conquistar aquilo que é maior e mais dignificante
para o ser humano: Fazer o bem, fazer amigos e viver como irmãos. Os queridos
“irmãos” que nos receberam em Santana do Livramento nos deram uma bela lição
nesse tema. Ficamos contagiados com tanta atenção e carinho. Queremos mais!
Queremos que sempre seja desta forma, tão simples e ao mesmo tempo tão
especial.
No sábado pela manhã, quando
acordei, o horário do café já havia encerrado efui até um trailer que ficava em
uma esquina, próxima ao hotel. “Las Manas” era o nome. Eram três gurias que atendiam
e logo percebi o forte sotaque da fronteira. Pedi uma “meia lua prensada” e um
suco de laranjae prontamente fui atendido. Paguei a conta e, quando recebi o
troco, como de costume, fiz um agradecimento: Muito obrigado! Imediatamente
escutei da guria que me atendia, uma resposta interessante que fez pensar. Ela
disse-me: MERECE! MERECE? Isso mesmo, MERECE! Que sutileza e que carinho
MERECE...
Tenho certeza de que o Campeonato
Brasileiro de Livramento será um divisor de águas para a modalidade CAVADOS.
Não por alguma modificação da regra que poderá acontecer a partir da comissão
que se formou para esta finalidade, mas por tudo que temos visto nas últimas
competições em estrutura, organização e criatividade. Desde já estamos
trabalhando juntos com os amigos do Rio de Janeiro para ajuda-los no que for
necessário para que, na Cidade Maravilhosa, em 2015 posamos nos encontrar mais
uma vez em um belíssimo evento.
A “família futmesa” está de
parabéns, os participantes, os organizadores, os vencedores, enfim, todos.
Parabéns a todos e muito obrigado por este final de semana inesquecível em
Santana do Livramento. Porque, afinal de contas, como bem disse aquela guria:
MERECEMOS!
PARABENS PELA COLUNA AMIGO, SHOW DE BOLA .
ResponderExcluirParabéns amigo Rangel, sintetizastes de forma clara e objetiva os diversos momentos de emoção e alegria que este evento na acolhedora Santana do Livramento. Houveram vencedores e laureados, o objetivo da competição era este, mas Campeões de fato fomos todos nós, plantamos uma semente forte que há de germinar, de de amizade ,respeito e de integração, verdadeiramente de Fair Play .
ResponderExcluirParabéns Batista, por mais esta empreitada. Muito bom teu trabalho em prol do futebol de mesa, que como as demais modalidades, só trazem benefícios e agregam pessoas. Mais e mais sucesso!!! Sandra,
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