terça-feira, 7 de outubro de 2014

Princesa de Bola
















por Flavio Lisa


Regras do Jogo


No jogo Atlético x São Paulo pela Copa Libertadores/2013, um lance “inusitado” abriu o placar para o time mineiro, que acabou vencendo a partida por 2x1.
Por volta dos 12 minutos da primeira etapa, uma jogada terminou com o arremesso lateral para o Galo. Até aí nada de anormal. Entretanto, ninguém marcou Ronaldinho Gaúcho que estava bebendo água com o goleiro Rogério Ceni instantes antes. Resultado: R10 recebeu a bola livre, tocou, gol de Jô.
O que de fato teria acontecido? Desleixo da defesa São Paulina ou desconhecimento das regras do jogo?
Penso que a falha fora resultante da ignorância do regulamento. A maioria dos jogadores profissionais não conhece as regras do esporte que praticam e para não fugir à regra de que o futmesa é retrato fiel do futebol, reiterados são os casos em que a nossa regra é “rasgada” país afora, por puro desconhecimento.
Quem nunca testemunhou o momento que um jogo é paralisado para sanear dúvida resultante de um lance inusitado quando ambos botonistas começam uma verdadeira pesquisa salão adentro sobre o que a regra diz?
As respostas?Ah, estas são as mais variadas possíveis. Tem aqueles que nunca leram aquilo na regra mas respondem com uma cátedra de PHD, tem os antigos jogadores que um dia leram, mas nem lembram e respondem para não perderem a pose de experiente; tem os que seguem a interpretação costumeira por que sempre entenderam assim e tem os que já interpretaram algumas vezes a seu favor e mantém tal entendimento por pura conveniência.
E por aí vai a sanha desrespeitosa da regra do futebol de mesa país afora.
O direito civil pátrio é taxativo quando diz que a ninguém é licito alegar o desconhecimento da lei.
Nossa regra, em seus 78 artigos, traz uma gama de previsões de situações fáticas que tem o condão de disciplinar a prática do futebol de mesa, todavia, a principal característica do nosso esporte é a imensa quantidade de variáveis na desenvoltura do jogo, o que somada à velocidade de algumas jogadas, torna por vezes dura a tarefa de interpretação de lances e aplicação da norma.
Com efeito, clara fica a necessidade de estudarmos a regra pois a excelência do treinamento em qualquer área da vida passa pelo amplo conhecimento dos preceitos disciplinadores.
Não cabe mais ser lesado e/ou deixar de ser justiçado pelo simples desconhecimento do que “está escrito”. Em direito, quem cala consente.
Não adianta chorar o desfavorecimento em um lance após o jogo por que você se portou como um “analfabeto” legal.
Falando-se em regra de futebol de mesa, podemos classificar atualmente os botonistas como: OS QUE CONHECEM, OS QUE UM DIA LERAM, OS QUE ACHAM QUE CONHECEM e, por fim, AQUELES QUE NUNCA LERAM, estes últimos, pasmem os senhores, compõem a maioria. 
Portanto, conheçam, leiam e estudem para não darem mais essas “faltas técnicas” legislativas.


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